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MEGALÓPOLE

 

 

Tudo que se pode ver numa grande cidade,

É a balbúrdia da ilusão, camuflando a realidade.

Os loucóides cidadãos, forasteiros ou nativos,

Meio loucos, meio sãos, subsistem sem objetivos.

As conversas corriqueiras: festa, futebol, polícia;

Mil pessoas nas ladeiras, 

Corredeiras de ingenuidade e malícia.

 

Gigantescas tabas, onde o sonho acaba em frustração.

Suntuosidades em desigualdade com a geral condição.

 

O desespero é latente, entre a euforia da multidão, 

Nas coloridas e alegres praças, onde grassa a exploração.

Tudo que dá pra sentir é angústia e ansiedade; 

Viver, pensando em fugir, sorrir, sumir, sair da cidade.

 

Grandes matadouros, onde manda o ouro e cresce a cobiça;

Poder em aclive, onde a força vive e morre a justiça.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entenda, minha gente, que ninguém pode ser

Tão desligado, ao ponto de não saber 

Que o solo racha e geme,

que o mar encrespa e chora, 

E já muitos compreendem que é chegada a hora

De mostrar que esta é a nossa Terra, 

De mostrar que é nossa a guerra, 

De mostrar que, juntos, somos a solução.

POESA  (PROPOSITALMENTE SEM O " I " )

 

A simplicidade da beleza, faz, no mundo, a estranheza

De se conviver com a tristeza, 

Pobreza, maldade e aspereza; 

E entre uma ou outra incerteza, 

Defrontar-se, com certa surpresa, 

Com o afã jovial da pureza, abstrações da sutileza, 

A pompa e o luxo da realeza, 

A magnanimidade da nobreza, a rosa, a reza, a crueza

Da reciclagem da natureza, que mantém a vida acesa, 

E deixa a mente indefesa, ante a eterna harmonia coesa

Da simplicidade da beleza.

 

 

 

Nossos olhos já não conseguem ver

Além da sujeira que nossas mãos criaram,

E, prudentemente, sem querer alçar vôo cego, 

Nossas mentes se restringem, sem protestos, 

À gaiola dourada dos cinco sentidos físicos.

 

Sem a luz de uma compreensão sensata, 

A pequena porção ativa de nossa essência 

Se apoia em bases obsoletas e desgastadas, 

Para tentar ativar e desenvolver a inteligência.

 

E com isso nos tornamos insensíveis, 

Mas conseguimos prosperar, usufruir, 

Até que a decadência orgânica ou um imprevisto

Desnude o vazio que existe além da carne, 

Onde deveria brilhar a consciência eterna.

 

 

 

 

Numa manhã de sol, a natureza canta;

Santa é a paz que envolve nossa lida, sofrida.

Numa simples carícia, cabe tanta ternura,

Que dura a eternidade e cativa; Suaviza a dor.

Num triste olhar cansado, de um corpo envelhecido,

Há um sonho esquecido no passado, perdido.

Numa casa modesta, pode haver tanto afeto, 

Como não há em muitos ricos tetos, em festa.

 

Se a realidade é uma calamidade, 

Sempre há um ideal que tenta se sobrepor.

Não há felicidade, senão na simplicidade.

O resto é contentamento alternativo,

Dos fugitivos do amor. Do pleno e irrestrito amor.

 

Numa canção singela pode haver tal magia,

Cuja harmonia invade nossa alma e acalma.

Na gente simples do povo, que o poder usa e despreza, 

Curiosamente nunca se perde a fé na santa esperança, 

Em qualquer sã tentativa de transformar este mundo, 

Há um profundo esforço que ilumina, 

E ensina a gente a viver. A muito bem viver!

 

 

 

 

 

 

 

 

Tente cantar, simplesmente, sem preocupação.

Dê passagem à mensagem de seu coração.

Esteja aqui com essa gente, que não lhe dá atenção.

Seja apenas humano e estenda sua mão.

 

Lute pela paz, cante e pule, seja mais você;

E seja forte pra não aderir.

Saia! Queira ajudar e compreender,

Porque há tantos que já não sabem sorrir.

 

Você é inteligente! Nasceu com esse dom.

Deixe que sua mente, livremente, emita um som.

Toque a bola pra frente, mas nunca vá sozinho.

Creia na união e sempre haverá um caminho.

 

 

 

 

 

 

 

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