CONSIDERO importantíssimo, que ouçamos mais, falemos bem menos e cultivemos o bom hábito de sermos eternos estudantes ou aprendizes. Não queiramos tentar ensinar aos outros o que não dominamos ainda, como desapego, amor incondicional, doação anônima, humildade, simplicidade e paz de espírito.

 

Enquanto desejarmos ser especiais, nunca conseguiremos crer que todos são iguais. Veja alguns exemplos de desejos e atitudes egoístas:

 

- Quando quero que alguém me ame mais que a outra ou outras pessoas. 

- Que Deus faça com que eu, alguém que eu indique, um grupo, partido

   time, possamos conquistar algo, fazendo com que outros percam.

- Tenho condições, sou bem nascido, lutei para conquistar meu lugar ao

   sol e tenho de ser tratado de modo especial.

- Sou mestre, doutor, sei muito, tenho de ser respeitado e reverenciado.

- Tenho poder, sou uma autoridade, dito regras, possuo imunidade, não

   estou sujeito às mesmas regras de outros ou da maioria.

- Sou pobre, mas sou melhor que muita gente. Essa gentinha aí!

- Minha fé me faz ser um escolhido, os outros são infiéis, perdidos.

 

É hora de botar a mão na consciência e ver que no grande hospício planetário somos todos doidos, orgulhosos, e sempre mais preocupados em defender nossos princípios e conquistas do que atentar às necessidades da maioria ou do meio em que vivemos. Com essa atitude evitamos que o mundo melhore, só pensando em nosso bem estar ou em partidarizar o sucesso.

 

Num mundo onde cada um cultiva sua verdade particular e seus direitos adquiridos, como pode existir senso comum, igualdade, isonomia?

 

Dar esmola, rezar, ir a cultos ou missas, dar palestras ou fazer apologia da ação fraternal, não torna ninguém melhor, nem faz grande diferença, em meio a tanta disparidade social, se não tiver a sequência de atitudes adequadas.

 

Agir com justiça é se submeter à justiça comum, como todos.

Ser correto é se submeter à mesma lei que rege a maioria.

Ser fraterno é se igualar a todos, sem exigir direitos especiais.

Ser religioso é combater o mal com o bem, serenamente.

Respeitar o próximo é o principal sinal de cidadania plena.

Ser bom cidadão é mais que ser religioso, é ser irmão de todos, pra valer.